Quantas vezes nos deparamos com a expressão “escolinha”, referindo-se às Escolas de Educação Infantil? Este tipo de tratamento acabou tornando-se uma referência no senso comum, seja para enfeitar e infantilizar a palavra, seja por falta de conhecimento do caráter pedagógico em questão.
E por que as diferenças vão além da semântica? Vários eventos vem contribuindo para desconstrução do caráter assistencialista e recreacionista da Educação Infantil. A partir de 1996, ela foi reconhecida pelo MEC como parte da Educação Básica, contribuindo significativamente para a formação da identidade da criança. O aprender a ser, a conviver, a conhecer, a fazer passam a configurar o pano de fundo de todas as ações planejadas para o desenvolvimento do trabalho. E tudo isso sem desprezar os diferentes momentos lúdicos da infância, pois é nessa dinâmica do aprender que acontecem as grandes transformações e mudanças no desenvolvimento.
No dicionário, a palavra Escola significa estabelecimento de ensino e, como tal, tem a função de promover a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças. Reduzir o seu conceito para “escolinha” pode passar a impressão de abandono do seu caráter pedagógico/formador e resumir a um espaço apenas de passatempo, em que as crianças fazem atividades inadequadamente chamadas de joguinhos, desenhozinhos, pinturinhas, e ouvem historinhas, o que não é real.
Aqui na Passo a Passo 2, a intervenção pedagógica exige conhecimento e postura teórica claramente definida. Nossos professores são estudiosos dos processos de aprendizagem e desenvolvimento infantil, capazes de realizar com competência a mediação entre os objetos do conhecimento e a criança. O aprofundamento do saber fortalece as possibilidades de ação. Esta visão está radicalmente colocada na contramão dos estereótipos assistencialista e recreacionista das chamadas escolinhas. Entendida desta forma, a elaboração de propostas de ensino para a Educação Infantil requer investigação, estudo, reflexão. Definitivamente, isto não cabe em escolinha.
Andrea Bellingall e Isabela Janiszewsk
Concordo!
ResponderExcluirCarol, mãe do Nicolas Maximo.