Blog da Passo a Passo 2: Hora de botar os pais de castigo: como a superexposição das crianças na rede se tornou um hábito

terça-feira, 30 de junho de 2015

Hora de botar os pais de castigo: como a superexposição das crianças na rede se tornou um hábito


Compartilhar informações excessivas sobres os filhos na Internet ganhou até expressão nos Estados Unidos: 'Shareting', uma mistura entre share, compartilhar, e parenting, que dá nome ao ato de criar em si. Na prática, quer dizer que quem está conectado àquele pai acompanhará em detalhes o crescimento da criança, das atividades às descobertas, passando por fotos e todo tipo de conteúdo. Uma pesquisa da Universidade de Michigan mostra que mais da metade das mães e 1/3 dos pais usam as mídias sociais para dividir dúvidas e desafios, seja sobre saúde, seja sobre a o dia a dia da educação dos pequenos; e que 3/4 deles acreditam que essa interação online faz com que se sintam menos sozinhos. 

O limite entre compartilhar e supercompartilhar pode ser tênue, tanto 74% dos entrevistados dizem que outros pais compartilham informações demais sobre seus filhos e 56% consideram que já viram conteúdos embaraçosos. Mas será que é fácil perceber o próprio exagero? Ao site "Science Daily", a pediatra e pesquisadora associada da Universidade de Michigan, Sarah J.Clark, disse que quando as crianças tiverem idade suficiente para usar as mídias, é muito provável que já tenham perfis criados. 

"Compartilhar alegrias e desafios de criar os filhos e documentar suas vidas publicamente se tornou uma norma social, então nós queríamos entender melhor os benefícios e os problemas dessas experiências. Por um lado, as mídias sociais oferecem aos pais de hoje uma saída que eles acham muito útil. Por outro, eles estão preocupados  que o exagero possa por em risco segurança e privacidade". 

Psicóloga explica como evitar  excessos

A psicóloga Andrea Bellingall, da Passo a Passo 2, explica que a quantidade de posts relacionados à criança pode ser um bom indicador do limite para ultra-exposição, mas principalmente o tipo de conteúdo que se compartilha, como localização ou lugares que frequenta. 

"É preciso tomar cuidado com o tipo de imagem postado, porque muitas vezes o que para os adultos é bonitinho, para as crianças pode ser constrangedor. Outro cuidado é com a segurança dos dados em si. Na Internet, algumas imagens podem acabar indo parar nas mãos de estranhos, e isso pode levar a bullying virtual, por exemplo, como acontece com emails de "bebês feios" ou outros memes que vemos circular na rede", diz. 

Legendas das imagens: Evitar situações embaraçosas, com brincadeiras e constrangimento, é papel dos pais 

Crédito: Reprodução/Tumblr (http://uglybabiesrus.tumblr.com/)

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