Blog da Passo a Passo 2: 2015-06-21

terça-feira, 23 de junho de 2015

Aprender a brincar: o grande desafio de uma geração super inteligente


Quem nunca se sentiu embaraçado com a facilidade com que as crianças, mesmo as menores, manipulam computadores e dispositivos como tablets e celulares?! Estamos vendo surgir gerações superestimuladas - e inteligentes também -, munidas de diversos brinquedos e de um verdadeiro banco horas com desenhos animados. O resultado é um bombardeio de informações com que nem sempre é possível lidar sem minar a capacidade de concentração, por exemplo, ou a própria autonomia para brincar. Limitadas a um mundo virtual, sem olho no olho e  experiências com o outro, as crianças deixam de desenvolver habilidades emocionais. 

- Estamos falando de atividades muito rápidas e simultaneamente, um ritmo que pode fazer com que a criança perca a iniciativa de brincar, de criar um jogo, por exemplo, de respeitar regras e autoridade e ainda a capacidade de se concentrar numa só tarefa, alerta a psicóloga Andrea Bellingall, da Passo a Passo 2. 

Os blocos de madeira favorecem a concentração e o trabalho em grupo.




Jogos como  queimadas, pique-bandeira, pique-esconde e amarelinha, por exemplo, estimulam essa outra inteligência. Trabalham pontos que o videogame desconhece, como saber esperar a vez, trocar ideias, fatores importantes na formação de uma pessoa - que, é claro, também precisa de habilidades sociais. O contato com o outro permite que a criança identifique seus próprios limites, mas também compreenda suas reais habilidades, pois é quando entra em contato com o diferente, aprende a expor a sua opinião e gostos, contornar situações, negociar e resolver conflitos.

Na brincadeira da vida real é necessário fazer escolhas, não tem "outra vida", se fizer besteira vai se machucar, se não empilhar direito vai cair tudo, se pintar errado não dá para apagar. Além disso é importante levar em consideração o outro, se ele está gostando, se vai se machucar e se está tudo dentro do combinado se não acaba a brincadeira!

- Percebemos que os alunos têm cada vez mais dificuldade de se relacionar. Foi quando decidimos apostar em brincar como forma de educar e estimular a criatividade e o contato com os amigos, diz Andrea.



Para o projeto "Brincar é coisa séria" os alunos além de conhecer brincadeiras do tempo dos seus pais e avós como bolinha de gude, bambolê, passa anel, telefone de fio de barbante etc, construíram uma casinha toda em material de sucata com fogão de caixa de papelão, televisão de caixa de sapato entre muitas criações. Além do trabalho em grupo e criatividade a atividade promoveu a consciência ambiental. Conversamos, também, sobre o consumismo desenfreado e as criança puderam concluir que para se divertir à valer só é necessária muita imaginação e não muito dinheiro, afinal, criar pode ser muito mais divertido que comprar. 

            Desafio do dia


Desligue a Peppa Pig. Ligue a imaginação! Hoje, com tinta, papel e pincéis, crie uma história com o seu filho. O importante é deixar imaginação acontecer, sem dizer a ele o que fazer, para que desenvolva uma autonomia. Ah, e fique longe do telefone!