É tempo de presenteá-los. Aliás, nós adoramos isso. Nada melhor do que ver o sorriso de uma criança ao abrir um presente. O Natal faz a alegria de pais e filhos, tios e avós. Mas qual o limite na hora de realizar o desejo dos filhos?
O assunto já foi tema de redação do ENEM e sempre é bom refletirmos sobre o impacto do consumismo na formação desta nova geração que está sendo por nós lapidada, especialmente nesta época de final de ano, em que as indústrias de brinquedos se programam para lançar novidades, justamente para conquistar o desejo dos pequenos, que encaminham suas demandas aos pais. Além das lojas cheias, a insistência dos filhos em comprar tudo e mais um pouco pode fazer alguns pais entrar no jogo. É preciso muito cuidado e cautela.
O documentário “Criança, a Alma do Negócio” de Estela Renner, demonstra de forma clara e precisa (e alarmante!) a realidade do consumismo infantil no cenário brasileiro. Em uma das dinâmicas com algumas crianças, a entrevistadora coloca duas folhas no chão, cada uma com as palavras: Brincar e Comprar, e a seguir pede para que eles coloquem a mão naquela que mais gosta, e o resultado é a maioria das mãos na folha “Comprar” e uma na outra folha.
Para podermos falar sobre o manejo dos pais em relação ao assunto, é necessário diferenciar a palavra consumo de consumismo. Consumo pressupõe uma compra de algo que realmente necessário, e consumismo um hábito exagerado de comprar, comprar e comprar sem necessidade. As origens deste comportamento são os mais variados possíveis, e vão desde a influência dos amiguinhos, da propaganda, passando pelo exemplo dos pais (talvez um dos fatores mais importantes!), seus sentimentos de culpa e até outros fatores emocionais.
Por estas razões, o bom senso na hora de ceder à insistência das crianças, sempre é bem vindo. Faça a pergunta mágica: “é necessário?” Afinal, qual pai ou mãe nunca se deparou com seu filho se divertindo mais com algum utensílio da cozinha do que com o brinquedo colorido e sofisticado que ganhou? É importante que eles aprendam a não depender exclusivamente de brinquedos e de produtos industrializados para se divertirem.
Acompanhar os conteúdos informativos e publicitários que os filhos estão expostos e trazer uma reflexão sobre as reais necessidades do objeto de desejo sempre ajuda. Os excessos geralmente são perigosos.
Se ainda não bastou, quer mais um motivo para deixar os apelos do consumo bem longe dos seus filhos? Anota esse: os efeitos sobre o meio ambiente. Você já parou para pensar qual é o destino do lixo que produz? E que quanto mais você compra, mais produz lixo. Pobre planeta. Fica o convite para refletir sobre o assunto.
Andrea Bellingall e Isabela Janiszewski
Nenhum comentário:
Postar um comentário